Setembro Amarelo: por mais qualidade (mental) de vida aos acompanhantes

Desde 2014, setembro é considerado o mês de prevenção ao suicídio. A campanha visa conscientizar a população sobre a importância de conversar sobre o assunto, como forma de evitar que as pessoas acabem tomando essa atitude extrema – tirando a própria vida. O foco do mês, portanto, é a saúde mental. Neste ano, em 2022, o lema da campanha é “A vida é a melhor escolha”, e diversas ações já formam desenvolvidas. 

Aproveitando a pauta atual, o Fatal Model resolveu reforçar o quão importante é que os/as acompanhantes cuidem do seu psicológico. Isso porque, sabemos que somente com “a cabeça no lugar” é possível trabalhar nessa área sem carregar o peso do sofrimento – já que essa é uma das profissões que mais preconceito sofre.

Autocuidado é essencial – não tenha medo de ser seletivo nas suas escolhas

Quando falamos em autocuidado na profissão de acompanhante, nos referimos a muito mais do que manter a aparência em dia, comprar roupas novas ou gastar algumas horas no salão. O importante, mesmo, é que os profissionais do sexo cuidem atentamente da sua saúde mental. E como isso pode ser feito?

Bem, o primeiro passo é ter muito cuidado com o tipo de cliente que será atendido. Pessoas preconceituosas, desrespeitosas e violentas precisam ser imediatamente riscadas da lista. Isso porque são esses clientes que têm o poder de arruinar a saúde mental (e a física) de qualquer acompanhante. 

É claro que, muitas vezes, a/o acompanhante só saberá que o cliente tem esse perfil depois de sair com ele. Quando isso acontecer, o importante é usar o encontro como lição, experiência e aprendizado. Afinal, muitas vezes é preciso passar por situações desconfortáveis para aprendermos a lidar com as pessoas (vamos ficando “calejados”, não é mesmo?). 

O que acontece, muitas vezes, é que os profissionais acabam aceitando todos os clientes, sem estabelecer seus critérios – inclusive repetindo os clientes com os quais não tiveram uma boa experiência. Embora essa também seja uma escolha pessoal que todo acompanhante está livre para fazer, não seria o caso de repensar e se tornar mais seletivo, pelo bem da própria saúde mental?

Veja, muitas vezes, mais importante do que conquistar um grande número de clientes é você saber que não estará saindo com quem te faz mal. É aquela velha relação de quantidade X qualidade. Nesse caso, se qualidade implica em proteger sua saúde mental, e esse deve ser sempre o seu maior foco no trabalho. 

Ao primeiro sinal de que as coisas não vão bem, procure ajuda

Você já deve ter escutado falar que a depressão – uma das principais causas de suicídio no mundo – não escolhe momento para aparecer e nem a pessoa que será afetada, não é mesmo? Você pode estar com tudo bem na sua vida, pessoal e profissionalmente, mas ser assolado por essa doença que, de uma hora para outra, tira o chão das pessoas.

Portanto, se você já tomou o cuidado para ser mais seletivo, como forma de priorizar a sua saúde mental, mas sente que as coisas continuam embaralhadas e sem sentido na sua cabeça, procure ajuda. Não é sempre que conseguiremos resolver tudo sozinhos – e está tudo bem! 

Ser acompanhante, especialmente no Brasil, é um grande desafio para a sanidade dos profissionais. A profissão ainda é alvo de muito preconceito e discriminação, e a luta por respeito e conquista de espaço precisa ser diária. É por isso que é totalmente compreensível e esperado que, em algum momento, “a casa caia”.

E isso não é um problema, porém exige muita atenção e cuidado redobrado. Aos primeiros sintomas de que as coisas não estão bem, é preciso buscar ajuda profissional. Afinal, ninguém quer que o desfecho desse tipo de problema remeta ao Setembro Amarelo.

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